Li reclamações de alunos a
respeito dos longos enunciados. Acredito ser uma ousadia das mais benéficas
sobre o ensino médio. Veja que a lógica das redes sociais é de grande
objetividade, opiniões pouco fundamentadas (quase sempre de fundo emocional) e
textos curtos. Alunos de universidade (primeiro ano) apresentam grande
dificuldade de interpretação de textos. Assim, textos longos e que exigem
cotejar um enunciado com outro são salutares para quebrar o "atalho" didático
dos cursinhos preparatórios. Veja o caso da questão 13 (veja ilustração,
disponibilizada pelo curso Objetivo), sobre violência. Incorpora uma nota de
matéria da IstoÉ e um breve texto de Norbert Elias. Elias não é muito lido nem
nas universidades (como deveria ser). E o texto deste autor não rema contra a
maré do ideário dos jovens. O texto fala de controle social das pulsões, o que
não é ideia comum entre jovens. Enfim, a dificuldade me parece muito positiva.
Vamos ver o índice de TRI das questões para compreender melhor este
impacto.
De certa maneira, o ENEM deste ano parece retomar alguns princípios
de quando foi criado (como transdisciplinaridade e situações-problema, e não por
área).
Postado por
Rudá Ricci
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