sábado, 27 de outubro de 2012

PROJETO DO VALE DO JEQUITINHONHA É UM DOS VENCEDORES DO PRÊMIO RODRIGO MELO FRANCO

 

 
Iniciativa que registra tradição do pífano e da gaita venceu na categoria Salvaguarda de Bens de Natureza Material.


O projeto Flautas Tradicionais do Vale do Jequitinhonha, desenvolvido por Daniel de Lima Magalhães, no Norte de Minas, foi um dos vencedores da etapa nacional da 25ª Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, na categoria Salvaguarda de Bens de Natureza Imaterial. A premiação aconteceu nesta quarta (24/10) em Brasília. A iniciativa vem há 12 anos pesquisando, registrando e divulgando as tradições musicais ligadas a dois tipos de flautas – o pífano e a gaita – no Vale do Jequitinhonha. O pífano é uma flauta transversal de seis furos que, em Minas, desde o século XVIII, está vinculada ao congado. A gaita –ou canudo – possui sete furos e é tocada na posição vertical. É diferente do pífano na embocadura.

As primeira pesquisas sobre o pífano e a gaita começaram com o registro e divulgação das tradições musicais. Até então, não havia estudos sobre estes instrumentos, em Minas Gerais e, em todo o país, poucos trabalhos acadêmicos trataram apenas do pífano nordestino. A partir de 2006, Daniel Magalhães partiu para o campo, percorrendo cerca de 30 mil quilômetros em visitas a 26 municípios. O resultado são 100 horas de gravações de performances musicais e entrevistas e seis mil fotografias. As 25 oficinas oferecidas em 18 municípios do Vale do Jequitinhonha, atenderam a 700 participantes e produziram 1,1 mil flautas, entre pífanos e gaitas, utilizando PVC, bambu e taquara.

As dificuldades foram muitas. Em algumas comunidades só havia o telefone público, o que exigia contar com a boa vontade de quem atendia para levar o recado aos tocadores que, às vezes, precisavam percorrer grandes distâncias para atender a chamada. Em outros lugares, não havia nem mesmo o orelhão. O jeito, então, era enfrentar as estradas. Alguns locais eram tão remotos que só se chegava a pé. Por outro lado, as estradas muito ruins quebravam os carros e aumentava o custo da pesquisa. Com as chuvas, os caminhos eram ainda piores em função dos atoleiros.

Conheça os agraciados nas demais categorias.

Fonte: Ministério da Cultura


Fonte: Blog do Jequi

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