O peso de um amistoso não chega nem perto de um jogo de competição.
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Mas em determinados casos, uma partida assim pode tirar toneladas das costas de um time. No caso, da seleção brasileira. Por mais estranho que possa parecer para o maior campeão de todos os tempos, a vitória do Brasil sobre a França por 3 a 0, neste domingo, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, acabou com um tabu de mais de três anos e meio sem vencer um campeão do mundo. Contra os Bleus, o jejum de triunfos durava desde 1992.
O fato é que falta à seleção brasileira poder de decisão. Talvez por isso essa vitória tenha demorado tanto tempo a voltar à rotina. Não é um problema apenas do time de Felipão. Já era assim com Mano Menezes. Ao menos, a vontade apresentada no amistoso deste domingo deixa a esperança de que as coisas podem melhorar. A Neymar, é preciso paciência. Ele tem o apoio da torcida quando vai bem. Quando vai mal ou mais ou menos, como neste domingo, as vaias são inevitáveis.
A seleção brasileira se concentra agora na reta final da preparação para a Copa das Confederações. A estreia está marcada para o próximo dia 15 de junho, sábado, contra o Japão, em Brasília. Cabeça de chave do Grupo A, o Brasil ainda encara o México, dia 19, em Fortaleza, e a Itália, dia 22, em Salvador, pela primeira fase.
Muita vontade, pouca criação
Não falta vontade à seleção brasileira. Falta organização e, principalmente, poder de decisão. Nesse quesito, o time de Felipão ainda engatinha. O primeiro tempo do duelo contra a França é a prova disso. Com muito mais posse de bola que o adversário, os anfitriões não conseguiram levar muito perigo ao gol de Lloris.
Outro ponto importante em que é necessária evolução considerável no time verde e amarelo é o sistema de marcação. Com as linhas muito espaçadas, o Brasil apresenta vulnerabilidade facilmente percebida pelos adversários. A França, porém, teve apenas uma chance aguda, em cabeçada de Guilavogui, aos 14 minutos.
O trio Hulk, Neymar e Fred se destacou na etapa inicial pela movimentação, mas o primeiro, destaque do russo Zenit, foi o melhor em campo. Marcou, atacou, driblou, chutou… e criou. Deixou companheiros em boas condições, mas não houve o aproveitamento adequado para que a rede balançasse.
Dependente da boa vontade dos seus atacantes, a seleção brasileira melhorou depois que dois jogadores resolveram aparecer: Oscar e Marcelo. As chances mais claras do Brasil surgiram depois disso. Primeiro, aos 30, Neymar perdeu gol incrível. E mais adiante, aos 42, Fred cabeceou com perigo.
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Hulk tenta uma jogada pela direita: atacante se destacou no jogo (Foto: Mowa Press) |
Oscar, o herói
Para a etapa final, não houve alteração na seleção brasileira. Apenas de comportamento. Logo de cara, o time de Felipão pressionou a França no campo de defesa e teve uma importante chance com Hulk, que chutou para fora. A resposta francesa veio em arremate de Cabaye, um minuto depois. Apenas um susto.
Com o controle da partida em mãos, a Seleção permaneceu no ataque por um bom tempo. Mas sem conseguir finalizar. Foi a senha para que a torcida gaúcha, aos cinco minutos, iniciasse o já tradicional coro pela entrada de Lucas. O pedido não foi atendido naquele momento, mas o presente veio de um “gaúcho”.
Aos oito minutos, após boa jogada de Fred, Oscar, destaque do Inter antes de ir para o Chelsea, completou para o gol: 1 a 0. Na comemoração, muito embora estivesse no campo do rival Grêmio, o meia, nascido no interior de São Paulo, apontou para o chão e disse: ‘eu sou daqui, eu sou daqui’.
Brasil amplia no fim
Com mais posse de bola, assim como no primeiro tempo, a seleção brasileira perdeu o fôlego aos poucos. E mesmo com as mudanças de Felipão, as oportunidades de gol eram raras. Seguro, o Brasil controlou o jogo no campo de ataque, se arriscou pouco e segurou a França, esperando um contra-ataque para matar o jogo.
O lance fatal veio aos 39 minutos. Após uma cobrança de escanteio errada dos franceses, Paulinho avançou livre pelo meio e rolou para Lucas na direita. O meia do PSG cruzou para Neymar, que só ajeitou para Hernanes bater no canto esquerdo de Lloris: 2 a 0.
A vitória já estava encaminhada e o incômodo jejum, perto do fim. Para selar de vez a trégua com a torcida, faltava um lance típico da seleção brasileira. Marcelo se encarregou disso aos 46 minutos. Em bela arrancada, ele invadiu a área, driblou o zagueiro e foi derrubado: pênalti. Na cobrança, Lucas bateu com categoria e definiu o triunfo.
Enfim, depois de mais de três anos e meio, a seleção brasileira, pentacampeã do mundo, voltou a vencer um time que também tem o caneco mais cobiçado.
FONTE: G
E
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