domingo, 9 de junho de 2013

Pedido de suplementação de R$ 4 milhões gera polêmica em Badaró

 

Prefeito municipal alega que está impossibilitado de saldar compromissos por falta de dinheiro e vereadores exigem transparência na administração dos recursos.

Foto: divulgação Pedido de suplementação de R$ 4 milhões gera polêmica em Badaró
Plenário da Câmara foi ocupado por servidores e populares
O pedido de suplementação de R$ 4 milhões e 200 mil feito pelo prefeito de Francisco Badaró, no Vale do Jequitinhonha (MG), Sérgio Mendes (PV)  está provocando uma grande polêmica na cidade.

Os vereadores acusam o prefeito de estar colocando a população contra a Câmara. O prefeito, por sua vez,  acusa os vereadores  de não votar projetos de interesse do município.



 Mendes afirma que na gestão passada,  foi enviado para votação na Câmara um projeto de lei pedindo autorização para suplementação orçamentária na ordem de 50% da despesa e esse índice foi reduzido para 5% . Segundo ele, o dinheiro foi usado para pagamento de despesas da gestão anterior. Diante disso,  após sua posse, encaminhou um projeto pedindo autorização dos vereadores para suplementar até 30% do valor total do orçamento vigente que é de R$ 14 milhões.

Até o momento a Câmara não autorizou o pedido. O prefeito explica que está com dificuldades para comprar medicamentos, pagar servidores e saldar compromissos com uma cooperativa que segundo ele, ganhou a licitação para fazer o transporte escolar.

“Não  estamos contra a suplementação, porém, não podemos passar um cheque em branco para o prefeito. Precisamos saber  com detalhes para onde vai o dinheiro. De quais rubricas ele vai sair e para onde ele será destinado. Quantas vezes o prefeito pedir suplementação, estamos dispostos a votar, desde que tudo seja transparente”, afirmou o presidente da Câmara, José Maria Pereira da Silva, o Dô (PDT).

Clima de guerra


Na última sessão da Câmara, realizada na manhã de 23 de maio, para votar o projeto,  o clima ficou tenso. Pelo menos 100 servidores municipais compareceram à reunião que terminou em tumulto. Os funcionários foram convocados oficialmente por Cláudio Vanderlei Araújo, coordenador da área de saúde da APS ( Atenção Primária à Saúde)  Quem não comparecesse teria o dia cortado. “ Foi intimidação e constrangimento ilegal. Pararam os setores da saúde e da educação para forçar funcionários a ir para a Câmara. Vamos interpelar os responsáveis judicialmente”,  afirma o presidente da Câmara. “ Nunca vimos isso aqui em Francisco Badaró”, lembrou o vereador.




Durante a reunião, o prefeito tomou a palavra e fez duras críticas à administração anterior, afirmando que as obras recebidas como a quadra poliesportiva do bairro Esplanada, o ginásio poliesportivo e a praça do bairro de Fátima, são obras consideradas “ elefante branco” e era dinheiro jogado fora. " Pedi ao governo do Estado um levantamento sobre estas obras", disse o prefeito.

O clima esquentou quando um homem identificado como Nivaldo Ferreira Costa passou a fazer xingamentos contra os vereadores, dizendo que não havia recebido pelos serviços de transporte escolar porque os vereadores não aprovavam o pedido de suplementação de verbas. “ Impossibilitado de continuar os trabalhos, encerrei a reunião”, contou o vereador José Maria.


Neste momento, o prefeito, que estava ocupando a cadeira de um vereador faltante, determinou que o vice-presidente da Câmara José Itamar (PDT) assumisse os trabalhos como presidente para dar continuidade à reunião. “ Ele estava desequilibrado e desrespeitou a independência dos poderes”, acusa o vereador José Maria. “ Fiz aquilo em respeito às pessoas que lá estavam para assistir à votação”, rebateu o prefeito.


“ Foi constrangedor”, admitiu o vice-presidente da Câmara que foi pressionado pelos presentes a marcar uma nova data para a votação do projeto de suplementação. Como não houve consenso, o vice-presidente anunciou que a nova data será marcada em breve.

Pelo visto, a pauta ainda vai render acaloradas discussões.

Sérgio Vasconcelos
Repórter

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